Hoje deparo-me com um dilema... seguir as emoções ou a razão.
Sou na minha essência Emoção... coração... intuição.
A emoção transforma a minha vida em ebulição, tornando-a densa, quente, imprevisível e tocante. A emoção é o movimento da evolução, uma tempestade numa noite quente de verão e o raios de sol da minha existência terrena.
A emoção é a mãe dos risos e lágrimas, das iras e paixões. Pode ser feia e lúgubre, pode ser deslumbrante e reluzente.
A emoção é o alicerce do meu Eu Interior, da minha intuição, do meu coração. E tudo o que vem do coração é bom!
A razão é a censura do coração! É o sossego de uma maresia por viver, de uma quietude assustada, de um medo castrador, de uma não evolução.
A razão é o silêncio ao fim do dia, é não saber onde pára a alegria... é o deserto no mar da cidade.
A razão é discreta, silenciosa, comedida, desprovida de calor e ímpetos. Ela calcula, pensa, defende-se e protege-se.
A razão é o sossego morno do pensamento lógico, objectivo, estruturado.
A emoção pertence á minha Essência, ao meu Eu Interior, á minha Consciência.
A razão por sua vez pertence ao Ego, á minha Personalidade.
E como escolher? Pois se uma revolve, a outra resolve. Se uma envolve, a outra desenvolve. Parece fácil a escolha, mas não é!
A razão tem esta capacidade de nos embriagar, de abalar as nossas certezas, de tornar os nossos caminhos dúbios.
Mas é este dilema que me obriga a evoluir, a caminhar, a aprender... A incerteza torna o caminho aliciante, revelador, magestoso e intenso!
Posso afirmar que existe em mim duas formas de poder distintas e opostas: o poder do Ego (razão) e o poder da Consciência (emoção).
O poder do Ego é mutável, baseia-se no medo, na aparência, na insegurança.
O poder da Consciência é imutável, duradouro, baseia-se na alegria, na abundância, na responsabilidade. Baseia-se nas Leis Universais e no Amor Incondicional.Hoje sei que quanto mais me descubro mais vibro num patamar de emoções, concretizando o meu plano de vida, traçado na quietude da minha Essência.
Hoje sou mais feliz por seguir o Poder do Coração!
"Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".
E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.
Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.
E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais"
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais"
(Pedro Abrunhosa)