Se eu pudesse dizer
O que nunca te direi
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei

Fernando Pessoa

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Trabalhando com Mandalas


Desde a antiguidade que a humanidade lida com mandalas e as utiliza, conscientemente ou não, como forma de expressão da espiritualidade. 
Rodeamo-nos diariamente e constantemente de mandalas. 

Mandala é uma palavra em sânscrito, que significa "círculo".  Simboliza a totalidade, a integração, a harmonia. É uma expressão artística, científica e religiosa.

De origem Hindu, este termo tem sido utilizado em diversas interpretações e religiões:

Hinduísmo: Presente no “Rigved”, um dos quatro textos sagrados do hinduísmo conhecidos como “Vedas”. Escrito aproximadamente em 1500 a 1000 anos AC, e ainda em uso, divide-se em dez livros, conhecidos como Mandalas. Enquanto figura é profusamente utilizada na decoração de templos.



Budismo: No ramo tibetano do budismo “Vajravana” as Mandalas apresentam-se na forma de pinturas de areia, tendo grande significado espiritual nos elementos decorativos utilizados e disposição dos elementos. Em qualquer vertente desta religião a Mandala é um símbolo espiritual e sagrado de busca de plenitude e auxiliar à meditação e harmonia

 
Judaísmo: A estrela de David é uma Mandala.


Cristianismo: É um elemento arquitectónico e decorativo que se pode encontrar em diversos templos, assumindo o termo de “rosácea” na cultura europeia.


 A Mandala é um elemento decorativo atraente. Tem propriedades relaxantes. 
Admirar uma Mandala poderá ser um auxiliar à serenidade.
É inegavelmente um objecto com energia positiva, como que um amuleto ou talismã. Tem, em todas as culturas, uma mística forte associada a eventos positivos e nobres, de elevação espiritual.

É frequentemente utilizada na decoração de ambientes, na arquitectura e como instrumento de desenvolvimento pessoal e espiritual. Na criação de uma mandala posso objectivar o restabelecimento de um equilibrio interior e/ ou exterior.

Posso trabalhar uma mandala com o objectivo de:
  • Cura emocional em que esta reflete positivamente o meu estado físico e emocional
  • Cura de ambientes (familiar, trabalho, meditação, relaxamento, etc.)
 Ao trabalhar uma mandala estou a trabalhar os seguintes aspectos pessoais:
  • Aspecto físico promovendo o bem estar, o relaxamento e a prevenção do stress patológico.
  • Aspecto emocional sinalizando o que está a emergir atravês dos conteúdos provenientes de emoções antigas, actuais e futuras.
  • Aspecto energético na medida em que a mandala activa, energiza e irradia. 
Ao trabalhar uma mandala estou a colocar no lugar certo aquilo que se encontrava fora do lugar. Abro carinhosamente o coração para a criatividade, a intuição e o amor.

Como desenhar uma Mandala

O princípio básico é o centro a partir do qual tudo se desenrola de uma forma ordenada e circular. Logo, basta desenhar um quadrado, sinalizar o centro e desenhar uma circunferência. 
A partir deste momento tudo o que colocar dentro do limite do círculo deve estar relacionado com o centro e serve, em última análise para desviar o olhar para o mesmo ou a partir dele.
 
Trabalhar uma mandala implica sempre trabalhar energias de forma espiralada e tridemensional.

Como escolher a Mandala

A Mandala é uma manifestação espontânea. Existem duas formas elementares de escolher uma Mandala já feita, de entre várias:
  • Seleccionar a que me agrada mais e posteriormente traduzi-la para saber o que me está a perturbar ou que precisa de ser corrigido. A Mandala irá ajudar na obtenção do equilíbrio.
  • Sabendo de antemão o que quero corrigir, escolher uma Mandala que me ajude nesse processo.

Tipos de Mandalas

Existem inúmeras interpretações do significado das cores, mas no que se refere a Mandalas há alguns princípios convergentes:

Mandala do amor / Relacionamento
Cores: Rosa Vermelho e Branco
Disposição preferencial: Colocar virada para o quarto, num local onde o sol incida por volta das 16:00h, ou por cima da cabeceira da cama.

Mandala da Prosperidade
Cores: Vermelho, dourado, laranja, azul real (cores de opulência)
Disposição preferencial: Na sala de jantar, virada para onde está o sol perto das 9:30h da manhã

Mandala da Saúde / Harmonia
Cores: Verde e motivos florais de qualquer cor.
Disposição preferencial: Divisão da casa que recebe os primeiros raios de sol

Oferecer uma Mandala

No budismo o ritual de oferecer Mandalas é um processo extremamente complexo, repleto de ritos e significados, que traduz um acto de abnegação, gratidão e reconhecimento.

Oferecer uma Mandala é um genuíno voto de bem-querer. 
Trata-se de um gesto de generosidade espiritual e sentimentos nobres. 
É desejar a quem se oferece o mesmo que desejamos para nós próprios, uma vez que a Mandala é uma exteriorização da nossa essência.
Ao escolher uma Mandala, seja para o nós seja para oferecer, deve-se senti-la no nosso corpo, respirar com ela. Se tivermos dúvidas esperamos! 

Não somos nós que escolhemo a mandala é ela que nos escolhe. A mandala certa sempre estará á minha espera.

Ficam aqui alguns exemplos de mandalas:

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sábado, 23 de abril de 2011

Ressentimento e a auto-referência

"Só vale a pena viver na medida em que os nossos gestos são generosos e positivos .... o ressentimento não nos leva a lado nenhum, não nos deixa viver na plenitude."

Actualmente tenho um certo interesse em "analisar" as palavras á luz de um significado que vai para além daquilo que vem descrito nos dicionários. Este novo interesse foi-me incutido por um anjo chamado Susana Sarmento (http://desubstancia.blogspot.com/) que me deu a conhecer a Auto-referência.

Mas o que é isto de Auto-referência?
Segundo Susana Sarmento a Auto-referência propõe desenvolver habilidades de cuidado, atenção e dedicação com a palavra falada e sua escuta. Esta prática permite que possamos actualizar a forma como nos comunicamos e assim reprogramar os projectos que desejamos realizar.

Assim, compreendemos que somos o centro, o agente emissor e receptor de todos os nossos movimentos, as razões e as consequências nós mesmos, os criadores da nossa realidade pessoal. 

Praticámo-nos observando o nosso corpo ou através do que codificamos como sendo o outro, o nosso reflexo (tudo o que é externo a nós). 
A cada momento fizemos a melhor escolha que pudemos e essa é a experiência de que necessitamos para a nossa evolução, isto é, auto-valorização.
Como diz uma das leis espirituais ensinadas na Índia: “tudo o que aconteceu é o que deveria ter acontecido”.

Transcendemos a hipótese binária do certo ou errado para uma infinidade de opções. Para cada situação de Vida não temos uma, nem duas hipóteses, nós temos o direito de escolher entre esses milhares de milhares, a melhor, a mais brilhante, a mais alegre e adequada possibilidade.

Tudo o que acontece tem origem em mim! Sou eu o responsável!
O outro apenas é o reflexo, o espelho das minhas acções. Aquilo que me incomoda no outro é aquilo que eu não vejo em mim!
Dificil não é? 

Mas tentemos viver sobre esse pressuposto e a nossa vida começa a mudar. Passamos a centrar-mo-nos, a assumir-mos as consequências das nossas acções e das acções dos outros... Comportamento gera comportamento! Acção/ Reacção!

Hoje surgiu-me a palavra RESSENTIMENTO.

Ressentimento é o sentimento de desprazer ou indignação.
Etimologicamente ressentimento significa sentir novamente (re-sentimento).
Analisando esta palavra á luz da auto-referência poderei inferir que vivencio de forma repetida um sentimento que me causa dor, mágoa, raiva. 
E o sentimento
Sentimento é uma emoção, uma percepção, uma atitude emocional.
Á luz da auto-referência podemos dizer que qualquer sentimento implica uma acção dos sentidos. Podemos ainda ler o sentimento como o mento que sente. Ora mento pode ser sufixo de acção ou queixo (maxilares).

Reparemos agora como todos os sentires estão intimamente ligados ao queixo (pertence ao segmento da sexualidade segundo a Leitura Corporal).

Quando sinto alegria, prazer  e bem estar descontraio o queixo, sorrindo, que por sua vez descontrai todos os feixes musculares a ele ligado (essencialmente feixe muscular cervical).

Quando sinto dor, mágoa, raiva contraio os maxilares e projecto o queixo provocando alterações em todos os eixos musculares a ele ligado. Aparecem as dores musculares, as contraturas, a rigidez, o mau posicionamento, etc...

O ressentimento como emoção negativa que provoca dor só nos prejudica. É sentir vezes sem conta aquilo que me incomoda, aquilo que ainda não resolvi no meu interior, comigo mesma.
Hoje estou empenhada em resolver a  incapacidade de lidar com a minha passividade imposta pelas circunstâncias, pelo perfeccionismo a que me obrigo (e não gosto!) e do qual ainda não me consegui livrar.
Amanhã não quero acordar ressentida com nada nem com ninguém.

Reconheço os meus desejos e vontades. Trabalho-os á minha medida e concretizo-os  da forma que posso a cada momento. 

Tudo isso faço-o de forma amorosa ao som do tambor xamânico.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Parar para reorientar...


Existem dias assim! 
Dias de puro cansaço! 
Dias em que somente apetece retornar ao ninho onde sentimos uma incomensurável sensação de segurança.

O cansaço é um sinal! Significa que ou estamos caminhando demasiado depressa no caminho certo ou estamos no caminho errado. Ambas as situações retiram-nos energia.

Sinto que muitas vezes preciso-me centrar, reorientar-me na caminhada, quer no espaço quer na velocidade.

Ás vezes é preciso parar. Parar para respirar! Parar para sentir o agora, o presente... Não ter medo de parar é sinal de maturidade!

Quando não sentimos o caminho só queremos chegar! Quando chegamos é a desilusão... o destino não justifica o mal estar pelo caminho percorrido.

Quando andamos demasiado depressa, nunca chegamos ao destino porque caímos de cansaço antes de lá chegar!

Tenho que parar e reorientar-me. 
Estarei no caminho certo? Naquele que me dá prazer percorrer? No caminho que apesar de alguns obstáculos tem flores lindíssimas, uma relva fresca, um pássaro que canta? No caminho que me permite parar, admirar, descansar, sonhar?

O caminho que me permite ser quem eu quero ser, a cada momento, em cada espaço é o meu caminho!

Aquele caminho que me permite rir, brincar, cantar, sonhar, chorar é o meu caminho!

O caminho que me permite ser feliz, que me permite ir ao encontro do outro numa doação incondicional é o meu caminho!

O caminho da serenidade, da paz interior, do centramento, da elevação espiritual é o meu caminho!

O caminho que eu permito que seja o caminho do outro é o nosso caminho!


segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Labirinto da Felicidade

Á um ano atrás veio ter ás minhas mãos um livro de Álex Rovira e Francesc Miralles chamado "O Labirinto da Felicidade".

Comprei-o na estação do Oriente quando me encontrava a regressar a casa, numa feira do livro. Quando peguei neste livro e o abri li a seguinte mensagem escrita nas suas últimas páginas 

"Este livro tem duas asas, 
tal como a Borboleta da Luz, 
e não foi por acaso que veio pousar 
nas suas mãos.

Depende de si que ele continue a voar
para mostrar a quem precise
o caminho que leva ao centro
do Labirinto"

Devorei-o, literalmente, na viagem de duas horas de combóio.
Ainda hoje o leio maravilhada com os seus segredos, a sua perspicácia e acima de tudo com a sua cutilância.
Ele está lá... no momento certo, na hora certa.... e passado um ano ele voltou ás minhas mãos e aos meus olhos. E novamente me maravilhou com a simplicidade das suas mensagens.
  
  "O sentido da vida não se perde num único dia, e tão pouco o poderás encontrar antes da noite cair."

"Quem és? Sou o que eu decidir ser! A cada momento, em cada instante!"

"É isso o que o amor tem de bom: não interessa o lugar onde é dado, visto que pode ser devolvido em qualquer lugar!"

"Cada pessoa é um Banco de Amor!"
"O Amor é uma moeda que nunca perde valor na Bolsa da Vida."

"Quem não sonha está morto em vida."
"De vez em quando é conveniente fazer limpeza de opiniões. 
A opinião que temos sobre os nossos semelhantes serve para criar preconceitos. 
A opinião que pensamos que os demais têm sobre nós próprios provoca-nos medos, enganos e mal entendidos. 
A opinião que temos sobre nós mesmos, faz-nos olhar para o nosso umbigo e inventar problemas."
"Realizar um sonho mete sempre muito medo porque estamos habituados a lidar com dificuldades, mas não a receber as dádivas da vida!"

"Vemos a felicidade naquilo que está longe, mas na verdade temo-la muito mais perto do que imaginamos!"
 
 "O riso é o dissolvente universal das preocupações."

"Por mais pequena que seja a tua janela, o céu continua a ter o mesmo tamanho!"

"A felicidade não se procura, encontra-se!"

"A felicidade é o perfume das coisas bem feitas"

"O medo é o meio para descobrir o que precisamos encontar."

"O sentido da vida está em fazer com que a vida de cada um dos nossos semelhantes seja um pouco melhor depois de estar connosco."
"Cada contacto com uma pessoa é uma oportunidade para melhorar a sua vida!"

"A felicidade consiste em viver sem ter medo de escolher!"

"Tu és o teu próprio caminho.
Se fores fiel a ti mesmo,
estejas onde estiveres
encontrar-te-ás sempre
no centro do Labirinto, que é a vida!"


domingo, 17 de abril de 2011

Uma manhã maravilhosa!


Uma caminhada feliz, relaxante, maravilhosa!
Quando menos esperamos o universo surpreende-nos com as maravilhas da natureza.
Apesar do sol se mostrar de vez em quando envergonhado o seu calor foi-me animando a alma. Dei por mim a desejar que o tempo se tornasse intemporal. 
Enquanto percorria o espaço existente entre a praia da Cabo do Mundo e a praia do Aterro uns pilritos da praia brincavam na rebentação das ondas. Dei por mim a brincar também, com a areia morna sob os meus pés, apanhando pequenos seixos e saboreando cada batida da água em meu corpo.
Um sabor que nos faz desejar ficar quietinhos, observando as belezas da mãe natureza e os seus pequenos milagres.
Tudo isto acompanhado de uma deliciosa música que não me coibi de cantarolar em voz alta. Afinal ali senti-me livre...eu mesma... sem pudores e sem medos. Feliz! Apaixonada por aquele intemporal momento...
Os seixos que me escolheram para os acolher irão fazer parte do meu jardim zen! 
A natureza é tão maravilhosa! Tão solidária! E eu sou tão grata por cada suspiro que dou ao admirá-la!




Uma das músicas que me acompanhou nesta manhã gloriosa....


sábado, 16 de abril de 2011

Dá-me a mão...

Hoje deparei-me a refletir sobre o significado da palavra "amar" e "apaixonar".

As duas palavras implicam acção, acto de.... e apesar de unidas pela caminhada que ambos os actos implicam estas significam coisas totalmente diferentes.

Enquanto a palavra "apaixonar" significa despertar paixão por... "amar" significa ter amor, afeição, ternura.

Todos os dias me apaixono! Todos os dias realizo um movimento impetuoso de arrebatamento. Pelo sol que ilumina o meu dia, pela lua que brilha na noite escura, pela chuva que acaricia o meu cabelo, pelo beijo quente e húmido que conforta o meu rosto.

Mas amar... esse sentimento que alimenta a alma.... Amar é caminharmos de mãos dadas, realizando o mesmo caminho, é uma comunhão de vidas passadas e presentes...intemporais. É algo que nos aquece por dentro, que nos anima, que não se esgota nas palavras, nas acções!

Amo-me acima de tudo e em primeiro lugar, pois este acto de pura inocência, de doação incondicional só é possivel quando nos doamos a nós mesmos, sem pudores, sem restrições, de forma perfeita.

Quando amo ando de mãos dadas lado a lado com a vida, pinto as paredes com a cor da minha voz e vôo com destino á minha alma.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vou andar... para não me perder...


Hoje tenho um sentimento estranho de que algo não está bem.
Não sei se é com os outros ou comigo.
Nesta minha caminhada encontro muitas vezes caminhos que não sei se quero percorrer.
São estas decisões que me dão um friozinho no estômago.
E se escolho o caminho errado? 
Mas nesta minha busca encontro sempre a resposta! Não existem caminhos errados!

Todos os caminhos são válidos... temos apenas de saber percorrê-los... e todos os caminhos se fazem... caminhando!


domingo, 10 de abril de 2011

Começar um novo ciclo

Labirintos....


Sinto-me muitas vezes presa num labirinto. Angustiada. Perdida. Com raiva.
Já há alguns dias que tinha decidido fazer um blog onde pudesse escrever o que me vai na alma... no corpo...

Começo hoje!


Será um projecto sem tempo, sem regras. Será um projecto á minha medida!
Aqui irei decobrir-me. Descobrir quem sou, o que quero, quais os caminhos que me irei permitir percorrer.
Aqui irei aperfeiçoar-me a cada dia que passe.


"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." 
Xico Xavier